menina, menina(s)

Era uma vez uma menina. Uma menina pequena. Uma menina que gostava de coisas de menino. Jogava bola. Tinha fazendinhas e gadinhos. Subia nas árvores mais altas, nos muros mais altos. Brincava no barro, jogava bolita, roubava frutas das árvores dos vizinhos. Fazia arte. Era inquieta. Tinha sonhos maiores que os que cabiam na cabeça. Tinha um coração tão grande que mal cabia no peito. Era diferente das meninas que conhecia. Era diferente. Uma menina bonitinha, olhos castanhos, cabelos negros. Rosto desenhado. Corpo estranho. Mas era uma menina. Cheia, não vazia. Ia crescendo. Subindo em árvores, jogando bolitas. Plantava feijões. Queria crescer e ser dona do próprio nariz. Sonhava, acordada, dormindo, comendo, dançando, caçando passarinhos. Aquela menina crescia mas nunca conseguia descobrir o que fazer pra poder mandar no próprio nariz. Continuou sendo diferente das outras meninas. Cabelo diferente, roupaas diferentes, gostos diferentes, desejos diferentes. Apreciava a beleza das pessoas. Seus sentimentos. Queria falar por si só. Não encontrava meio. Depois de tanto tentar falar, passou a ouvir melhor as vozes que falavam ao seu redor. E uma sintonia inteligente mostrou a ela que de todas as vozes que falavam, uma em especial falava direto ao seu coração. Aquela voz suave, doce e forte. Aquela voz que a menina sentia e sabia que era bem mais que apenas uma voz. Era algo mais forte, algo maior que ela mesma. Era algo amistoso e mais que isso, era algo fraternal. A voz amiga que lhe falava era quase a voz irmã que lhe faltava.
A menina conhcera outra menina como ela. Uma menina diferente das outras também, mas muito parecida com ela. E as duas meninas descobriram que existia algo entre elas. Que entre aparencias e sentimentos, uma amizade caíra de paraquedas e unira as duas meninas, tão diferentes e tão parecidas. Uma era letra e a outra melodia. E juntas eram canção, canções. E através de ondas sonoras, emitidas por parabólicas criaram laços que o tempo não poderá jamais quebrar.
             Emy Boeira; Gaby Moraes,.

Um comentário:

A luz da caverna disse...

amiga! simplesmente amei! obrigada por ser essa pessoa tão maravilhosa! adoro vc (L'